quinta-feira, 17 de maio de 2012

Grito da Terra leva agricultores às ruas para pro-testar contra o governo


Ontem foi a vez dos agricultores tomarem as ruas em protesto por melhores condições no campo. Em marcha representando o 15° Grito da Terra, homens, mulheres e crianças saíram do Sindicato da Lavoura até a Praça da Independência, no Centro, com faixas cobrando do Governo do Estado melhorias, principalmente na questão do abastecimento de água.



O tesoureiro da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Norte (FETARN), José Maria Júlio, destacou que o maior problema de quem mora nas comunidades rurais hoje é o abastecimento de água, que se complica ainda mais com a estiagem. “A solução viria com mais instalações de cisternas, perfuração de poços, entre outras ações, não só para o abastecimento humano, mas também dos animais”, explicou.
Outra sugestão do movimento é de que o governo abra os armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e disponibilize suprimentos para a manutenção dos rebanhos. “Se não houver a intervenção do estado, todo o rebanho vai acabar”, destacou José Maria Júlio.
Entre as reivindicações também está a estruturação da Emater. “O homem do campo precisa desta assistência técnica. Entregamos um documento ao Governo do Estado com todas essas reivindicações. Caso elas não sejam atendidas, outros movimentos como esses irão acontecer, para que o governo tome consciência da sua responsabilidade com o homem do campo”, continuou José Maria Júlio.
Os agricultores também cobram ações do Comitê de Acompanhamento às Ações de Enfrentamento à Estiagem. “O comitê já existe e nós cobramos a reestruturação do Conselho Estadual do Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRUS), que, no atual governo, não tem atuado”, afirmou.
De acordo com o presidente do Sindicato da Lavoura, Dalvirene Elói de Medeiros, os agricultores começaram a se mobilizar através dos representantes de cada comunidade. “Eles queriam ocupar as rodovias federais, mas, devido ao Grito da Terra, que já ia acontecer em nível nacional, decidimos acompanhar o movimento”, disse.
Dalvirene Elói afirmou que as ações devem ser tomadas em regime de urgência. “Estamos com 100% da lavoura de sequeiro perdida, e dela depende a sobrevivência dos agricultores e suas famílias”, concluiu.
O líder comunitário Raimundo Lucas, conhecido como Galego do Jucuri, explicou que a comunidade rural de Jucuri está com problemas relacionados à agricultura e ao abastecimento de água. “O governo não devia fazer especificação de pessoas, mas suprir as necessidades de todos que trabalham na agricultura. Hoje, estamos cobrando que nossos governantes olhem com outros olhos e vejam que não temos culpa da seca. E esta é uma cobrança que nem deveria estar sendo feita, as atitudes ter sido tomadas”, concluiu.


Fonte: Gazeta do Oeste

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