quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Série de ataques no Iraque deixa ao menos 50 mortos

Uma série de ataques deixou ao menos 50 mortos no Iraque nesta quinta-feira, tendo as forças de segurança do país como principal alvo. Os atentados aparentemente coordenados aconteceram durante quatro horas na capital, Bagdá, e em outras 11 cidades, deixando ao menos 225 feridos.

“O que aconteceu hoje não foi apenas uma violação da segurança – foi um enorme fracasso e desastre de segurança”, afirmou Ahmed Al-Tamimi, funcionário do Ministério de Educação, situado a uma quadra de um restaurante alvo de ataque no bairro xiita de Kazimiyah, norte de Bagdá. “Queremos saber: Em que lugar estavam a polícia e os soldados enquanto os terroristas estavam espalhando violência pela cidade?”
Foto: Reuters
Os ataques deixaram pelo menos 20 pessoas mortas
No ataque que deixou mais vítimas, um carro-bomba foi detonado no distrito comercial de Karradah, deixando nove mortos. Imagens de TV mostraram iraquianos deixando o local coberto em sangue e janelas quebradas em vários prédios.
Na cidade de Musayyib, um carro-bomba estacionado perto de um restaurante e de uma escola de educação infantil explodiu, deixando um morto e 62 feridos, principalmente crianças.As forças de segurança foram alvos de pelo menos 14 atentados em todo o país, incluindo um ataque a tiros disparados de um carro que matou seis policiais em um posto de controle em Bagdá. Em Baqouba, a 60 km da capital, um homem-bomba detonou explosivos em frente a uma delegacia.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas as forças de segurança costumam ser alvos principalmente da rede terrorista Al-Qaeda.
Uma autoridade da agência de inteligência do Iraque disse que o ataque parece ter sido planejado por pelo menos um mês. O funcionário do governo disse acreditar que o objetivo do atentado é assustar diplomatas que planejam participar de uma reunião anual da Liga Árabe, marcada para o mês que em Bagdá. No ano passado, a conferência foi cancelada por causa do medo da violência.
Insurgentes realizam ataques de grande escala no Iraque desde a retirada das tropas americanas, finalizada em dezembro. Pouco depois de os soldados dos EUA deixarem o país, o Iraque mergulhou em uma profunda crise política que aumentou o temor em relação a conflitos sectários no país.
A crise entre xiitas e sunitas foi motivada pela emissão de um mandado de prisão contra o vice-presidente sunita, Tareq al-Hashemi. O governo xiita do primeiro-ministro Nouri al-Maliki acusa Hashemi de ter pago seguranças para assassinar autoridades do governo – o que ele nega.
Com isso, muitos sunitas acusaram Maliki de estar agindo para tirá-los do poder. Pelo sistema de divisão de poderes instituído pelos EUA, o Iraque tem um primeiro-ministro xiita, presidente curdo e presidente do Parlamento sunita.




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