segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pesquisadores e militares que estavam na Antártida voltam ao Brasil

Pousou na base aérea do Galeão, na zona norte do Rio, o avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira com 41 brasileiros que estavam na Estação Antártica Comandante Ferraz, atingida por um incêndio no último sábado (25). O acidente culminou na morte de dois militares, destruiu mais da metade das instalações e resultou ainda na perda de importante material de pesquisa.


Foto: Anderson Ramos
Avião da FAB pousa com 41 brasileiros no Galeão
O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Marinha, Julio Soares de Moura Neto, estiveram recepcionando os profissionais. Segundo Amorim, a ida ao Rio foi uma determinação da Presidente Dilma Roussef. “Estive na base atingida pelo incêndio há poucos meses e o que vi foi uma instalação segura e profissionais trabalhando bem”, disse o ministro.
“Vamos fazer um estudo do que aconteceu. A maior perda que tivemos foi de vidas. Estamos fazendo um levantamento das possíveis perdas de pesquisas. Acredito que muita coisa pode ter sido salva com ajuda da internet”, informou Amorim. Segundo o Comandante da Marinha, a estação completaria 30 anos. “Acredito que, até o próximo verão, reconstruiremos a nossa base com nova tecnologia” disse o Almirante.
Segundo Amorim, os corpos do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e do sargento Roberto Lopes dos Santos ainda estão na base chilena Eduardo Frei. Eles devem chegar ao Rio de Janeiro nessa terça-feira (27). O primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido no incêndio, não falou com a imprensa e foi levado direto da pista para o Hospital Naval Marcílio Dias, no bairro Lins de Vasconcelos, localizado na zona norte do Rio. 


A operação de salvamento e resgate dos militares e cientistas da base brasileira na Antártica envolveu quatro países. Poloneses foram os primeiros a chegar de bote na estação brasileira e ajudaram no resgate do primeiro-sargento Luciano, que foi atendido por médicos russos.

Militares chilenos usaram helicópteros e argentinos ajudaram a apagar o fogo e a resgatar os brasileiros. A presidente Dilma Rousseff agradeceu o apoio dos países.
Sobreviventes relatam experiência apavorante


A pesquisadora Teresinha Absher tem 20 anos de experiência na estação. ”Estou com essa cara de assustada. Tudo que aconteceu foi realmente apavorante, nunca vi nada igual. Foi tudo muito rápido, perdi tudo, até minhas roupas. Não sei se volto”, disse a bióloga, que trabalha com pesquisa de invertebrados marinhos.

O Oficial Tenente Pablo Tinoco, de 30 anos, é encarregado de manutenção. Segundo ele, houve um grande estrondo na hora do incêndio, quando estava em seu escritório, conversando com amigos na internet. Ao verificar o que estava acontecendo, voltou para o escritório e informou uma amiga sobre o acidente. “Na tentativa desesperada de coletar água no lago parcialmente congelado, alguns colegas tiveram hipotermia”, disse.
A pesquisadora Fernanda Siviero, que é militar, ouviu o alarme e correu logo após o início do incêndio. “Foi tudo muito rápido”, disse. Segundo ela, sua equipe não perdeu arquivo de pesquisa pois mantinham backup. “Só quero ver a minha filha”, disse ela, que estava na estação havia um mês.

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