sábado, 15 de setembro de 2012

Protestos violentos contra filme anti-islâmico atingem Sudão e Líbano

Manifestantes atacaram as embaixadas da Alemanha e do Reino Unido no Sudão, nesta sexta-feira, em mais uma onda de revoltas por causa da divulgação de um vídeo em que o profeta Maomé é ridicularizado. 


Na capital Cartum, cerca de 500 pessoas colocaram fogo nos prédio dos dois órgãos internacionais e subsituíram as bandeiras alemã e britânica por uma islâmica.

Mais cedo, um restaurante da rede KFC foi incendiado em Trípoli, no norte do Líbado, e uma pessoa morreu. O Papa Bento 16 está em Beirute para uma visita de três dias e pediu o fim dos protestos violentos que seguem se espalhando pelo mundo árabe. Forças de segurança do país entraram em confronto com manifestantes, mas ainda não há relatos sobre o número de feridos.
Em outro episódio, ao menos três pessoas morreram e 28 ficaram feridas em um confronto entre manifestantes e forças de segurança da Tunísia. De acordo com relatos veiculados na rede de televisão local, um grande grupo tentou atacar a embaixada dos Estados Unidos em protesto ao vídeo anti-islâmico que circula no YouTube. As autoridades utilizaram gás lacrimogêneo e munição real.
Também na capital tunisiana, uma escola foi incendiada pelos radicais. Segundo relatos, não havia ninguém dentro do prédio.
Manifestantes atacam restaurantes na cidade de Trípoli, no Líbano. Uma pessoa foi morta

No Egito, sete pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia nos arredores da embaixada dos Estados Unidos no Cairo - a área foi isolada pelas autoridades egípcias, que chegaram a utilizar gás lacrimogênio, jatos d'água e balas de borracha. Na capital do Iêmen, Sanaa, ataques também foram registrados.

Segundo a emissora de televisão britânica BBC, milhares de pessoas se reúnem na Praça Tahir, tradicional palco de manifestações na capital Cairo. Em declaração emitida nesta sexta-feira, uma comissão ligada à ONU repreendeu a população da Líbia por "iniciar" o conflito.

Segundo os porta-vozes das embaixadas da Alemanha e do Reino Unido, ninguém foi ferido durante a manifestação.

O presidente do Egito e membro da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, disse que iria organizar marchas pacíficas e outros tipos de protestos nesta sexta-feira. Grupos islâmicos também convocaram uma passeata, porém nada está sendo feito de forma organizada. Em um discurso desde Roma, durante uma reunião com líderes italianos, o mandatário reiterou que dará toda a segurança necessária aos diplomatadas que vivem em seu país, mas condenou a veiculação de vídeos que ridicularizam o Islã.

"A expressão do protesto tem que ser de uma maneira civilizada e pacífica, em correspondência com a civilização antiga do povo egípcio e a do grande Islã", destaca uma das convocações de um grupo islâmico egípcio.
Brasileiros
Para o Itamaraty, as representações brasileiras em países árabes do Oriente Médio e da África darão "a maior atenção à segurança" aos seus diplomatas. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério de Relações Exteriores, em entrevista à BBC Brasil, "não houve nenhuma ameaça concreta contra o país".
O Itamaraty afirmou também que está monitorando as comunidades brasileiras espalhadas pelos países atingidos pela onda de protestos.
Violência
Na terça-feira, um grave ataque à embaixada dos Estados Unidos na cidade líbia de Benghazi culminou na morte do embaixador Christopher Stevens e de outros três americanos.

De acordo com o Ministro do Interior da Líbia, quatro suspeitos de terem participado do ataque ao órgão americano foram presos. Porém, não há detalhes se eles pertencem a algum grupo radical islãmico. Segundo o governo dos EUA, o atentado pode ter sido premeditado.
Filme
A polícia dos Estados Unidos parece ter fechado o cerco aos responsáveis pela produção e divulgação do filme anti-islâmico que motivou a onda de ataques a embaixadas americanas. Nesta quinta-feira, agentes da Califórnia interrogaram Nakoula Basseley Nakoula, de 55 anos, que admitiu envolvimento no caso.

De acordo com a Associated Press, Nakoula - supostamente um cristão radical de origem egípcia - confirmou ser o gerente da empresa que produziu o vídeo no qual o profeta Maomé é retratado como um adúltero, pedófilo e sanguinário. A polícia, no entanto, trabalha com a hipótese de que ele possa ter sido, na verdade, o diretor do filme.

O governo americano buscou se distanciar do vídeo. Nesta quinta-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que os EUA " não têm nada a ver " com o filme, que chamou de repugnante e repreensível".

Com BBC, Reuters e CNN


Fonte:  Último Segundo

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