terça-feira, 18 de setembro de 2012

Dissidentes cubanos abandonam greve de fome após libertação de companheiro


Os dissidentes cubanos que há oito dias iniciaram uma greve de fome abandonaram, nesta terça-feira, o protesto perante a iminente libertação de seu companheiro preso, Jorge Vázquez Chaviano.

A opositora e ex-prisioneira política Marta Beatriz Roque, que liderou o protesto, anunciou o fim da greve de fome em declarações a correspondentes estrangeiros em sua casa de Havana, onde ela e outros cinco dissidentes romperam o jejum com a ingestão de um chá de camomila.
AP
Dissidente Marta Beatriz Roque durante greve de fome de oito dias
"A segurança do Estado informou que (Vázquez Chaviano) em breve estaria em sua casa", disse Marta, explicando que foi a esposa do opositor preso quem lhe comunicou a notícia por telefone.
María do Carmen Hernández foi chamada na sede da Segurança do Estado na cidade de Santa Clara, por autoridades policiais que lhe comunicaram a libertação de seu marido.
Marta Beatriz Roque, de 67 anos, diabética e ex-prisioneira do chamado "Grupo dos 75", havia iniciado, na segunda-feira passada, uma greve de fome à qual aderiram até 30 opositores em diversas províncias do país.
Com o protesto, estes dissidentes exigiam das autoridades cubanas a libertação de Vázquez, que, segundo eles, já cumpriu sua pena e deveria ter saído da prisão no domingo antes do início da greve de fome. Com o protesto, também quiseram denunciar a "difícil" situação na qual se encontra a oposição cubana.
Marta qualificou a libertação de Vázquez como uma "vitória" da oposição apesar de que, segundo relatou, as autoridades da ilha não quiseram reconhecer que cometeram um erro ao mantê-lo preso mais tempo.
A opositora, que lidera o movimento dissidente Rede Cubana de Comunicadores Comunitários, afirmou sentir-se mal após oito dias de jejum nos quais perdeu oito quilos e acrescentou que não recebeu assistência médica em nenhum momento. Ela revelou, ainda, que na quarta-feira passada chegou a sofrer uma parada cardíaca.
Marta também fez uma chamada para que a dissidência siga realizando um trabalho conjunto para não permitir que "se descumpra o pouco de legalidade que está estabelecido em Cuba".

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