quinta-feira, 19 de abril de 2012

Extremista da Noruega pede pena de morte ou absolvição


No 3º dia de julgamento, Breivik classifica pena máxima de 21 anos de 'patética', dizendo que só morte e absolvição seriam justas.


No terceiro dia de seu julgamento pelo massacre de 77 pessoas em julho, Anders Behring Breivik, 33, disse a uma corte em Oslo acreditar que só há duas sentenças "justas" para seu julgamento - absolvição ou pena de morte. Para Breivik, uma pena longa de prisão seria "uma punição patética". A Noruega não tem pena de morte.
"Há apenas dois resultados justos para esse julgamento - absolvição ou pena de morte. Considero 21 anos de prisão uma punição patética", disse, referindo-se à pena máxima prevista pela lei do país se for declarado são. Há também a possibilidade de uma custódia alternativa que poderia mantê-lo preso enquanto for considerado uma ameaça à sociedade. Se declarado louco, ele ficaria sobre tratamento psiquiátrico enquanto for visto como doente.
Questionado se ele queria que a corte o sentenciasse à morte, o extremista respondeu: "Não, mas respeitaria essa decisão. Não reconhecerei os 21 anos de prisão, isso seria ridículo." Ele também reafirmou que ficou "muito surpreso" por ter sobrevivido no dia dos ataques.
Nesta quarta-feira, os promotores pressionaram Breivik sobre seus supostos vínculos com militantes nacionalistas, em uma tentativa de desmentir sua alegação de que existe uma rede europeia de extrema direita. O extremista, porém, recusou-se a responder as questões sobre o grupo antimuçulmano ao qual alega pertencer, pedindo para que não o ridicularizassem. "Qualquer um poderia fazer o que fiz", disse.
Os promotores disseram acreditar que os chamados "Cavaleiros Templários" de Breivik não existem na forma como ele descreveu. Breivik insistiu que existem, dizendo que a polícia apenas não fez um trabalho bom o suficiente para descobri-los. "Não é de meu interesse dar detalhes que poderiam levar a prisões", afirmou.
A questão é crucial para determinar a sanidade de Breivik e se ele será encaminhado a uma prisão ou à assistência psiquiátrica compulsória pelo ataque duplo lançado com um carro-bomba em Oslo, deixando oito mortos, e com disparos na Ilha de Utoya, matando 69, crimes que chocaram a Noruega em 22 de julho.
Breivik alega ter feito os ataques em nome da organização, que ele descreveu em um manifesto de 1,5 mil páginas divulgado na internet antes dos atentados como um grupo nacionalista militante que combate a colonização muçulmana na Europa.
A promotora Inga Bejer Engh pressionou o norueguês por detalhes sobre o grupo, seus membros e seus encontros. Breivik alegou ter encontrado um "herói de guerra" sérvio vivendo no exílio durante uma viagem à Libéria em 2002, mas rejeitou identificá-lo.
"O você quer?", indagou Breivik à promotora para então responder ele mesmo a questão: "(Os promotores) querem criar dúvidas sobre a existência da rede Cavaleiros Templários." O principal ponto de sua defesa é evitar a conclusão de insanidade, que esvaziaria seus argumentos políticos.
Uma avaliação psiquiátrica o caracterizou como psicótico e "delirante", enquanto outra o consideroucompetente mentalmente para ser enviado à prisão.
Como nos dois primeiros dias do processo, Breivik entrou na sala 250 do tribunal de Oslo com a saudação de punho fechado e braço estendido, um gesto que segundo ele representa "a força, a honra e o desafio aos tiranos marxistas da Europa".
Na terça-feira, durante 75 minutos longos e dolorosos para os parentes das vítimas, Breivik leu uma declaração na qual tentou explicar seu gesto, "incrivelmente atroz mas necessário", nas palavras do réu, antes de afirmar que se fosse necessário faria tudo de novo.

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