terça-feira, 25 de junho de 2013

Alckmin recebe comissão e protestos são encerrados na zona leste e sul de SP


As manifestações de moradores dos bairros do Campo Limpo, na zona sul, Capão Redondo e Guaianazes, na zona leste, realizadas em ações simultâneas nesta manhã, em São Paulo, e que se dirigiam para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, foram encerradas após  o governador Geraldo Alckmin receber uma comissão dos manifestantes.


Os protestos, que tiveram início às 7h, foram organizados pelos movimentos Periferia Ativa e Resistência Urbana. Eles pedem a tarifa zero para o transporte público, a redução do custo de vida, o fim da violência policial nas periferias e o "padrão FIFA" para as áreas de saúde e educação. Também participam dos atos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento Passe Livre (MPL).
Em Guaianases, cerca de 90 manifestantes caminharam em direção à Subprefeitura de Itaquera. Além das demais reivindicações, eles protestam contra os gastos com a Copa do Mundo e as desapropriações provocadas para a construção do estádio Itaquerão. Por volta das 10h30, o grupo desistiu de chegar até a subprefeitura e retornou ao bairro.
Segundo informações da Polícia Militar, cerca de 500 manifestantes se concentraram na praça do Campo Limpo e no terminal João Dias, no Capão Redondo. Às 10h30, o grupo interditava a ponte João Dias nos dois sentidos e dizia que só sairia do local após posicionamento do governo estadual.
A manifestação foi encerrada após Alckmin aceitar se reunir com intergrantes do MTST e do movimento Terra Livre. Foram discutidas questões como moradia, transporte e reajuste do bolsa-alguel.
Interesses da periferia
Segundo o integrante da secretaria nacional do MTST José Afonso da Silva, os atos na periferia são uma tentativa de conscientizar a massa trabalhadora para os temas defendidos pelas organizações que atuam nas regiões carentes. "Nossa avaliação é que, até agora, a pauta que foi colocada está muito distante dos interesses da periferia."
Marcos Bezerra/Futura Press
Moradores do Campo Limpo dizem lutar pelos direitos da periferia; ato recebe apoio do MPL
Silva afirma que a pauta foi pensada por diversos movimentos, para criar uma agenda integrada. "O entendimento é que é necessário que os movimentos sociais se organizem coletivamente, assim como os sindicatos, para trabalhar suas demandas. Uma vez que a gente consiga impor um trabalho concreto e organizado na periferia e uma ação direta dos trabalhadores, a gente consegue neutralizar a ação dos setores extremistas e antidemocráticos de direita nas manifestações."
O estudante Caio Martins, do MPL, defende a participação do grupo no ato na periferia porque o movimento já fez diversas ações nas regiões carentes e porque lá os problemas de transporte são mais fortes. "Sempre fomos em todos os atos do MTST. A gente está junto em protestos desde 2011", afirmou.
"O que tem de interessante nessas manifestações na periferia é você mobilizar outros seguimentos que não estavam nos atos do centro", disse a cientista política Maria do Socorro Braga, da USP. "Essas passeatas, até aqui, foram muito da classe média e chegar nesses seguimentos aumenta a participação da população.
*com Carolina Garcia e Agência Estado

0 comentários:

Postar um comentário