Há exatamente um ano, em um fatídico sábado de julho, a música pedia uma dos maiores talentos de sua nova geração. Amy Winehouse foi encontrada morta, no apartamento em que morava no bairro londrino de Camden Town, após anos de abuso de álcool e drogas.
O legado dessa incrível artista vai muito além de material inesgotável para venda de tabloides e recordes de vendas. Assim que surgiu, extremamente tímida com sua típica calça jeans e camiseta branca, deixava todo de queixo caído com a força de sua voz. Era difícil acreditar que uma voz tão potente habitava o corpo daquela magricela garota britânica, branca e judia.
Bebendo diretamente na fonte do jazz e soul music, seu primeiro álbum Frank, foi lançado em 2003. Apesar do sucesso instantâneo com a mídia especializada, o disco não decolou e foi lançado apenas no Reino Unido. Porém, o trabalho serviu para dar um novo fôlego à chamada neo-soul music e preparar o terreno para o turbilhão de fatos que estava por vir.
Há seis anos chegava às lojas Back to Black, responsável por consagrar Amy como um das mais talentosas compositoras e interpretes de sua geração. Com produção de Salaam Remi e Mark Ronson, o disco ultrapassou a marca de 3,5 milhões de cópias vendidas apenas no Reino Unido e rendeu cinco prêmios Grammy, o Oscar da música internacional.
Mesmo com toda timidez e problemas de autoestima, Winehouse tinha o raro dom de hipnotizar multidões. Ao mesmo tempo em que cantava sobre as dificuldades de ser mulher e as dores do amor, também confidenciava a necessidade de sexo, drogas e álcool. A marcante característica de sede por sensações extremas - tanto por prazer como pesar, tão presente em sua obra - também foi o algoz da saúde de Amy.
Tão rápida quanto a escalada ao topo, foi também o declínio de sua vida privada. Amy foi fonte abundante de escândalos para tabloides, tanto por um destrutivo vício em drogas e álcool, quanto pela conturbada relação amorosa com Blake Fielder-Civil, com quem foi casada. Um ano após a música perder um grande talento, o legado de Amy pode finalmente começar a ser calculado.
Amy Winehouse abriu os caminhos, e os ouvidos, do público para a velha e boa soul music. Na esteira de seu sucesso, nomes como Adele, Duffy, Plan B, Emile Sandé, Cee-lo Green e Janelle Monáe ganharam fama mundial e renovam a cena de um dos mais importantes gêneros musicais. Navegue por nosso infográfico para relembrar a vida e obra da cantora britânica.
Fonte: Virgula
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