sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Paparicado no Japão, Sheik diz que experiência no país moldou sua educação pós-favela


Nos últimos dias, quando os canais da televisão japonesa abordam a participação do Corinthians no Mundial de Clubes, é através da figura de Emerson que os anfitriões apresentam os brasileiros. O atacante tem lidado com o carinho de um povo com o qual conviveu por seis anos e diz que a cultura nipônica foi determinante na formação de seu caráter como adulto.

Emerson viveu no Japão entre 2000 e 2006, defendendo as cores de três clubes, Consadole Sapporo, Kawasaki Frontale e Urawa Red Diamonds. Antes de ir para a Ásia, o atacante saiu de uma origem em uma comunidade pobre de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, seguida de uma breve passagem pelas categorias de base do São Paulo. E foi do outro lado do mundo que o corintiano diz ter se "educado".

"Eu morava numa favela no Rio de Janeiro e tive uma passagem rápida por São Paulo. Eu ficava em casa o dia inteiro com meus irmãos, sozinhos, dentro de uma favela, porque minha mãe trabalhava o dia inteiro. Toda minha educação eu tive aqui com o povo japonês, aprendi a ter respeito aqui, respeito ao próximo, além do lado profissional", declarou o atacante em entrevista nesta sexta-feira passada.
  • Bruno Freitas/UOL
    Koshuo Hirota promete vigília no hotel que hospeda o Corinthians para ter autógrafo de Sheik


"Aqui vi meus filhos crescerem, melhorei como ser humano, cresci muito. O povo japonês me deu muito mais do que eu imaginava. Tenho uma gratidão país eterna pelo país. Falo isso por mim e em nome da minha família", acrescentou o atleta de 34 anos.

Em oportunidades passadas Emerson já mencionou a dificuldade de crescer em meio a uma realidade de violência. Certa vez, questionado sobre a pressão de jogar no Corinthians, disse que achava mais complicado "escapar das balas perdidas" na infância e adolescência. 

DEMONSTRAÇÕES DE CARINHO DOS JAPONESES

Na quinta-feira, na chegada da delegação do Corinthians ao aeroporto de Narita, Emerson foi abordado por uma emissora japonesa e disse algumas palavras no idioma local. Na entrevista oficial do protocolo Fifa, nesta sexta, o jogador voltou a ser requisitado a se expressar no idioma dos anfitriões do Mundial. O atacante, no entanto, mostrou desenvoltura limitada.

Ainda na quinta, poucos fãs japoneses apareceram no hotel que hospeda o Corinthians em Nagoya para tentar ver os brasileiros. Um deles era o eletricista Koshuo Hirota, que prometia montar vigília no local pelo sonho de ganhar um autógrafo de Emerson.

Com Sheik em campo, o Corinthians estreia no Mundial de Clubes na quarta-feira, quando enfrenta o vencedor do duelo entre Sanfrecce Hiroshima (Japão) e Ah Ahly (Egito). A semifinal acontece na cidade de Toyota.

Fonte: Esporte UOL

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