terça-feira, 2 de abril de 2013

Jovens criam startup de jogos educativos após dificuldades na escola


Não é incomum ouvirmos casos de jovens que são vistos por todos como extremamente inteligentes, com rápido raciocínio e alto poder de absorção, em níveis até mesmo acima de seus colegas, mas que têm sérias dificuldades no que tange às notas do colégio.

Isso porque não interessa a esses jovens aprender o que professores, em alguns casos com ares jurássicos, tem a ensinar sobre disciplinas que dificilmente voltarão a ser colocadas à sua frente ao longo da vida.
Esse abismo que acaba por se criar entre centros de ensino com grades curriculares pouco atraentes e mentes de grande potencial, mas sem interesse no ensino tradicional, gera um risco de que talentos passem pelos anos sem aproveitá-lo.
Samir Iásbeck em seus tempos escolares também não conseguia entender o propósito de ter de ir todo o santo dia a um lugar, se ia para lá aprender sobre assuntos muito menos interessantes do que os que tinha de deixar de lado na rua.
Foi justamente de olho nessa parcela da população, não desprezível, que gosta de aprender, mas não trancafiada dentro de quatro paredes com um quadro negro à frente, que surgiu a ideia do Qranio.
O jogo, que pode ser acessado pela internet, e através de qualquer tipo de aparelho remoto, sejam os mais sofisticados, via iOS ou Android, ou os mais simples, via SMS, desafia o usuário com uma série de perguntas, que versam sobre temas como geografia, história, esportes, cinema, política, música, turismo, automobilismo, literatura, entre outros.
Cada resposta certa equivale a uma certa quantia de Qi$, a moeda virtual do Qranio, que poderá ser trocada por prêmios, que vão de um rodízio de carnes para um casal, a uma bolsa de estudos para aprender inglês na Wizard e um videogame XBOX 360.
São cerca de 200 empresas parcerias, que oferecem prendas em troca da sua imagem divulgada. Desde o lançamento da plataforma foram distribuídos mais de 2,3 mil prêmios. 
“A primeira coisa é verificar se você tem um forte elo com a ideia, porque haverá muitas provações, e se você for montar um negócio só para ganhar dinheiro, esquece”, avisa o empreendedor mineiro.

Meta ambiciosa 
No ar desde outubro de 2011, são hoje aproximadamente 60 mil usuários cadastrados, mas a ambiciosa meta é chegar à marca de um milhão até agosto, em função de uma parceria anunciada recentemente com a Vivo, para disponibilizar o quiz para celulares via SMS.

Segundo Iásbeck, a operadora de telefonia prometeu “entregar” até 50 mil usuários por dia, que pagarão R$ 2,99 por semana para jogar quantas vezes quiserem. Com isso, o empresário tem a perspectiva de alcançar um faturamento de R$ 2 milhões em 2013.
Para os demais usuários, há tanto a opção de jogar gratuitamente, como também a “premium”, que embute o pagamento mensal de R$ 5,90, e oferece um leque exclusivo de prêmios, e pontuação maior a cada questão acertada.“Não existe uma startup de educação com massificação de usuários, que é onde o Qranio pretende se posicionar”.
Embora o foco principal seja a faixa etária que vai dos 18 aos 34 anos, igualitariamente dividida entre homens e mulheres, crianças e a terceira idade também podem tranquilamente obter bons prêmios por meio do jogo —da base de usuários, mais de mil estão acima dos 55 anos.
Para elaborar as perguntas, que podem ser em inglês ou espanhol, o Qranio conta com uma equipe de sete profissionais, mas cada usuário pode sugerir questões, que, se aprovadas pela curadoria, voltam em forma de Qi$.
Esse conteúdo colaborativo, destaca Iásbeck, será importante quando chegar o momento do Qranio se internacionalizar, fato que pode ocorrer já no segundo semestre, rumo aos Estados Unidos, caso um novo aporte de capital seja obtido.

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