
"Obtivemos taxas espetaculares de redução da doença e de diminuição da mortalidade por câncer de próstata", disse à Agência Efe o pesquisador Fernando Kreutz, responsável pela inovação e proprietário do FK Biotec, o laboratório com sede em Porto Alegre que patenteou a vacina.
Ação e resultados
Segundo o laboratório, a previsão é de poder lançar a vacina em no máximo três anos. Ela age estimulando o sistema imunológico a identificar e destruir as células cancerígenas. Além dos resultados positivos para o câncer de próstata, os responsáveis pela inovação consideram que o tratamento também poderá ter resultados bem-sucedidos com outros tipos da doença.
"Já fizemos pequenos estudos com a vacina para tratar câncer de mama, de pâncreas, de intestino e melanoma. O pequeno número de pacientes ainda não nos permite ter conclusões clínicas, mas nos impressionou uma resposta clínica parcial em um paciente com câncer de pâncreas, que é um dos mais agressivos e mortais, com um índice de sobrevivência de apenas três meses", explicou Kreutz.
Os desenvolvedores explicam que a vacina deverá ser usada pós-diagnóstico, pois o fármaco é desenvolvido a partir das células tumorais do próprio paciente. Ela tem o objetivo de tratar pessoas que já foram diagnosticadas com câncer para evitar a reaparição da doença ou sua morte.
"Trata-se de uma tecnologia que prevê o tratamento particular, já que cada vacina é elaborada a partir de células do paciente. Trata-se, além disso, de uma vacina terapêutica e não preventiva. Seu objetivo é tratar as pessoas com o tumor e não prevenir o surgimento da doença", acrescentou o pesquisador.
Testes
De acordo com informações divulgadas na Agência Efe de notícias, os primeiros testes com a vacina foram realizados em 107 pacientes com câncer de próstata em estado avançado, ou seja, já submetidos à cirurgia ou que já tinham retirado a próstata, que passaram por revisões periódicas durante cinco anos depois da vacinação.
Enquanto em 85% dos pacientes vacinados foi impossível detectar o PSA cinco anos depois, essa porcentagem foi de apenas 48% entre os pacientes não vacinados. O PSA é a proteína utilizada como marcador nos exames para diagnosticar câncer de próstata. Entre os pacientes vacinados, a taxa de mortalidade se reduziu a 9%, muito abaixo dos 19% registrados entre os não vacinados.
"Neste tipo de câncer a taxa de mortalidade média é de um em cada cinco pacientes, mas com a vacina conseguimos reduzir as possibilidades de morte para um em cada 11 pacientes", comemora o proprietário do FK Biotec.
Fonte: MegaCurioso
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