Israel e o movimento islâmico Hamas cumprem o cessar-fogo acordado na quarta-feira após oito dias de violência, mas o clima ainda é de tensão nesta quinta. Durante a madrugada, as forças israelenses disseram que 55 palestinos suspeitos de terrorismo foram presos na Cisjordânia no que chamaram de um esforço para "restaurar a calma" na região. Em Gaza, palestinos se deparam com um cenário de destruição.
Segundo o Exército israelense, os homens presos pertenciam a várias facções palestinas armadas, e incluíam "operadores experientes". A Cisjordânia está sob o controle do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, mas muitos de seus habitantes são simpáticos ao Hamas, que governa Gaza e rejeita qualquer paz permanente com o Estado judeu.
Soldados israelenses rezam perto de tanques na fronteira com Gaza
Com AP e Reuters
Em Gaza, civis que estavam abrigados em escolas mantidas pela ONU no território começaram a voltar para suas casas. Ruas estão fechadas pelos escombros, casas e prédios foram destruídos e os tratores estão começando a operação de limpeza.
Há relatos de que alguns foguetes foram disparados de Gaza em direção a Israel mesmo após o cessar-fogo, mas não há sinal de resposta israelense. Os moradores do território palestino saíram de casa para comemorar o acordo e o Hamas declarou vitória. "As massas que foram às ruas para celebrar enviaram uma mensagem para o mundo de que Gaza não pode ser derrotada", afirmou um porta-voz, Sami Abu Zuhri.
Israel lançou a ofensiva ontra o Hamas e outras facções de Gaza no dia 14 de novembro, com o objetivo declarado de parar com os ataques de foguetes palestinos contra cidades israelenses. Os oito dias de violência - o pior confronto entre os dois lados desde a invasão israelense a Gaza há quatro anos - mataram 161 palestinos, incluindo 71 civis, e cinco israelenses.
O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, defendeu a decisão de não lançar uma ofensiva terreste, mas disse que o país não terá pressa em levar de volta para casa os milhares de reservistas enviados para a fronteira.
Em Israel, alguns comemoravam o acordo como forma de evitar uma operação terrestre que poderia custar a vida de soldados, mas outros, especialmente os moradores do sul do país, diziam que a operação fora abandonada muito rapidamente e sem que sua segurança fosse de fato garantida.
O acordo foi alcançado pelo novo governo islâmico do Egito , solidificando seu papel como um líder num Oriente Médio em rápida mutação dois dias depois de um intenso esforço diplomático em que a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton , correu para a região.
O líder do Hamas, Khaled Meshaal, disse que o acordo incluía um item para abrir todos os postos de fronteira com a Faixa de Gaza, incluindo o importante posto de Rafah com o Egito. Mas ostermos do acordo distribuídos pelo governo egípcio parecem ser vagos em relação a isso. "O documento possibilita a abertura dos cruzamentos", Meshaal insistiu.
Fonte: Último Segundo
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