Um tribunal do Cairo condenou nesta quarta-feira à revelia sete cristãos egípcios e um pastor americano baseado na Flórida e os sentenciou à morte sob acusação de que participaram em um vídeo anti-Islã, cuja divulgação na internet em setembro provocou protestos violentos em vários países muçulmanos.
"Os acusados foram condenados por insultos à religião islâmica pela participação na produção e distribuição de um filme que insulta o Islã e seu profeta", disse o juiz Saif al-Nasr Soliman.
O vídeo semiamador e de baixo orçamento, que foi produzido na Califórnia, insulta o profeta Maomé e provocou protestos contra os EUA e ataques a embaixadas ocidentais em vários países muçulmanos.
O caso é amplamente simbólico, já que os sete homens e uma mulher estão fora do Egito e é improvável que viajem ao país para enfrentar as acusações. O julgamento foi visto como uma tentativa de absorver a raiva pública relacionada ao filme "A inocência dos Muçulmanos", que retrata o Profeta Maomé como mulherengo, bufão e uma fraude.
Na segunda-feira, o jornal americano New York Times indicou que Basseley Nakoula , o suposto produtor do filme islamofóbico, não tem remorsos. "Antes de escrever o roteiro, pensei que me imolaria em praça pública para divulgar minha mensagem aos povos americano e povos do mundo", disse Nakoula, respondendo a perguntas em escrito formuladas pelo jornal.
O filme ofendeu multidões de muçulmanos, desencadeando uma onda de protestos antiamericanos no Oriente Médio, deixando mais de 30 mortos.
O homem cita a morte de 13 pessoas na base militar de Fort Hood no Texas, em novembro de 2009 - em um incidente em que um psiquiatra militar muçulmano foi considerado culpado - como prova das "atrocidades" cometidas "em nome de Alá". "Senti-me ainda mais comovido e enfurecido" após a matança de Fort Hood, disse Nakoula, um cristão copta nascido no Egito.
*Com Reuters, AP e AFP
Fonte: Último Segundo
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