A chegada de 100 mil turistas, como está previsto para os Jogos Olímpicos deste ano, é motivo suficiente para deixar donos de lojas, hotéis e restaurantes de qualquer cidade animados com as possibilidades de ganhos extra. O governo britânico projeta que Londres embolsará £ 2 bilhões, o equivalente a R$ 6 bilhões, por conta da competição.
Um estudo da Associação Europeia dos Operadores de Turismo (ETOA, na sigla em inglês), porém, aponta que não há garantia de que os resultados sejam tão positivos. Segundo a associação, o aumento nos preços causado pelos Jogos e a possibilidade de multidões espantam os turistas que tradicionalmente visitariam a cidade caso não houvesse o evento. “O resultado disso pode ser uma triste combinação entre altas expectativas e baixa demanda”, afirma a ETOA no relatório.
No caso de Londres, a decepção parece aos poucos tomar conta da cidade. O movimento nos pontos turísticos e museus está entre 30% e 35% abaixo do normalmente é registrado nessa época do ano. Ao falar sobre isso, o jornal Financial Times afirmou que a capital inglesa havia se tornado uma “cidade fantasma” por conta dos Jogos.
Não que a cidade esteja de fato vazia. Pesquisa da STR, consultoria especializada no setor hoteleiro, aponta que a taxa de ocupação dos principais hotéis londrinos está em 84,4%, dentro do esperado. O problema, segundo a ETOA é que o turista olímpico apresenta comportamento diferente do tradicional, se concentrando mais nas disputadas do que nos outros aspectos propiciados pela cidade.
Barcelona ou Londres?
Nem sempre, porém, o impacto das Olimpíadas sobre o turismo é negativo. Exemplo disso foi o que aconteceu em Barcelona, que sediou os Jogos em 1992. A revitalização da cidade para os Jogos é sempre apontada como um case de sucesso e a fama conquistada naquele ano é atrai turistas até hoje.
É impossível saber de antemão se o Rio de Janeiro, em 2016, estará mais próximo de Londres ou de Barcelona. O que se sabe é que a época do ano em que acontece a competição deve influenciar. “É bom os Jogos acontecerem na baixa temporada de turismo da cidade, já que o Rio ainda tem uma grande defasagem no número de hotéis”, afirma André Weber, gerente-geral da Proske, empresa especializada na recepção de turistas corporativos em eventos esportivos.
Fonte: Último Segundo
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