Trabalhadores detidos na mina sul-africana de Marikana foram formalmente acusados de assassinato pela morte de 34 colegas mortos a tiros pela polícia.
Os 270 mineiros podem ser julgados sob a doutrina de “propósito comum” porque estavam na multidão que confrontou a polícia no dia 16 de agosto. No dia, a polícia abriu fogo matando 34 mineiros e suscitando comoção e protestos pelo país. Antes dos choques do dia 16, outras 10 pessoas, incluindo dois policiais, morreram em combates.
A decisão de acusar os trabalhadores é “loucura”, disse Julius Malema, ex-líder da juventude do partido Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês).
“Os policiais que mataram aquelas pessoas não estão sob custódia, nenhum deles se quer. Isso é loucura”, disse Malem, que foi expulso do Congresso Nacional Africano no início deste ano depois de uma série de desentendimentos com o presidente sul-africano, Jacob Zuma. “O mundo inteiro viu que a polícia matou essas pessoas”, acrescentou ao dizer que ele pediria auxílio de advogados de defesa para uma representação urgente perante a suprema corte.
A morte dos 34 mineiros foi o episódio mais mortal desde o fim do regime do apartheid na África do Sul, em 1994.
Seis dos 270 mineiros detidos continuam no hospital, depois de terem sido feridos por tiros na mina administrada pela Lonmin no noroeste sul-africano, que é a terceira maior produtora de platina do mundo.
Os outros 264 mineiros compareceram nesta quinta-feira ao tribunal perto da capital Pretoria.
Sua apelação por direito à fiança foi rejeitada e seu depoimento foi adiado para daqui a sete dias.
Do lado de fora da corte, cerca de 100 pessoas protestaram contra a decisão e exigiram que os mineiros sejam soltos imediatamente.
*Com BBC
Fonte: Último Segundo
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