sexta-feira, 3 de maio de 2013

Restaurantes em Xangai vendiam rato por cordeiro, afirma polícia


Uma investigação feita pelo Ministério de Saúde Pública da China revelou que restaurantes em Xangai estavam vendendo carne de rato no lugar de cordeiro há quatro anos, em um esquema que pode ter arrecadado 10 milhões de yuans (cerca de R$ 3,5 milhões).

Um comerciante foi preso na cidade de Wuxi, no leste do país, como sendo o responsável pela venda da carne dos roedores para lojas e restaurantes. Ele tingia os filés de rato de vermelho para fazê-los passar por cordeiro.
A operação foi levada adiante como parte de uma ampla campanha contra fraudes alimentares inciada há três meses na China. Mais de 20 mil toneladas de carne adulteradas ou usadas em fraudes desse tipo já foram apreendidas em 400 diferentes casos e mais de 900 pessoas foram presas, segundo a agência de notícias estatal chinesa.
Em outro caso semelhante, um grupo de chineses foi acusado de falsificar carne de cordeiro a partir de carne de raposa e de visom, tratadas com produtos químicos. Recentemente, empresas de processamento de carne também foram acusadas de adulterar o peso de frangos, injetando água no corpo das aves abatidas.
Segundo um representante do Ministério de Saúde Pública, a investigação sobre alimentos adulterados está apenas no início - e agora se concentrará no setor de laticínios, foco de grande preocupação desde o caso de leite em pó contaminado com melamina, que causou o adoecimento de milhares de crianças em 2008.
Histórico
A questão da segurança alimentar sempre gerou apreensão na China. Em 2006, uma investigação policial realizada em Xangai revelou que a carne utilizada em churrasquinhos de rua não era de cordeiro, e sim de gato.
Na internet, jovens chineses agora especulam, em tom de chacota, que com o uso dos gatos nos churrasquinhos, a população de ratos teria aumentado e servido para abastecer o comércio no sudeste do país.
O mais famoso episódio envolvendo alimentos contaminados na China foi o da a adulteração de leite infantil em 2008. Na época, seis crianças morreram e pelo menos outras 300 mil ficaram doentes após consumirem o leite em pó com melamina.
Foi esse caso que deu início à campanha contra alimentos falsificados ou adulterados. E desde então, empresas que utilizavam hormônios e químicos para tratar carne de animais ou estender o prazo de validade de produtos - como as que adicionavam formol a macarrões instantâneos - foram autuadas.
No ano passado, uma investigação policial revelou que óleo usado em restaurantes estava sendo reutilizado na produção de antibióticos por indústrias farmacêuticas e levou à prisão mais de duas mil pessoas.
Ainda em abril de 2009 o governo provincial de Cantão prendeu um homem que vendeu mais de 1,6 mil quilos de carne de porco tingida com bórax (ou borato de sódio, um cristal usado contra cupins) para parecer carne bovina.

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