Israel bombardeou instalações militares da Síria nesta quarta-feira em retaliação a um atentado a bomba que feriu quatro soldados israelenses, matando um soldado sírio e ferindo outros sete, na escalada mais séria entre os dois países vizinhos desde o início da guerra civil da Síria, há três anos.
Ao anunciar as incursões, rompendo o silêncio oficial que cercou ataques anteriores contra alvos sírios supostamente ligados à guerrilha libanesa Hezbollah, Israel parece buscar transmitir uma mensagem de dissuasão ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
"Nossa política é clara. Machucamos quem nos machuca", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em declarações públicas ao seu gabinete. "Elementos sírios não só permitiram como também cooperaram nos ataques contra as nossas forças", disse, acrescentando que, ao adotar uma ação militar agora, Israel quer restaurar a calma na sua fronteira norte.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que caças israelenses atingiram "vários locais estratégicos do Exército sírio".
O ataque acontece menos de um mês depois de o Hezbollah acusar Israel de bombardear uma das suas bases na fronteira sírio-libanesa. O grupo xiita na época prometeu retaliar.
No atentado de terça-feira, uma bomba foi detonada perto de uma patrulha israelense, junto à cerca que divide as Colinas do Golan - território sírio ocupado por Israel desde 1967 - e a parte do platô estratégico que está sob controle sírio. Um dos quatro soldados feridos está em estado crítico.
Embora as suspeitas em Israel tenham recaído sobre o Hezbollah, os líderes israelenses não acusaram diretamente o grupo xiita, que é aliado de Assad na guerra civil contra insurgentes sunitas.
Embora o Exército sírio tenha presença no Golan, algumas áreas são controladas por rebeldes anti-Assad, inclusive militantes inspirados pela Al-Qaeda e também hostis ao Estado judeu. Israel já manifestou a preocupação de que se torne cada vez mais um alvo durante e depois do conflito.
"Responsabilizamos o regime de Assad pelo que acontece no seu território, e, se ele continuar a colaborar com terroristas empenhados em ferir Israel, vamos continuar cobrando um preço alto por isso e fazendo-o se arrepender das suas ações", disse o ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon.
*Com Reuters e AP
Fonte: Último Segundo
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