O índice de aprovação ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) caiu sete pontos percentuais, para 36%, de acordo com a pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) em parceria com o Ibope, divulgada na manhã desta quinta-feira (27). O levantamento revela a avaliação da população sobre o desempenho do governo federal e a atuação da presidente.
Na última pesquisa, divulgada em dezembro passado, 43% dos entrevistados consideravam o governo Dilma ótimo ou bom. Após a brusca queda na pesquisa de julho de 2013, feita após a onda de manifestações que tomou o país e a aprovação chegou a 31%, esta é a segunda queda na popularidade do governo na série histórica da pesquisa. Entre os entrevistados, o índice dos que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo aumentou de 20% para 27%.
Ainda de acordo com a pesquisa, a aprovação à maneira de governar caiu de 56% para 51%. O índice de confiança na presidente caiu no limite da margem de erro, de 52% para 48%.
Sobre a avaliação pessoal da presidente, o índice dos que desaprovam a maneira de governar subiu de 36% para 43%. A pesquisa aponta que a queda da aprovação foi mais intensa entre os entrevistados com renda familiar mais elevada (acima de cinco salários mínimos), entre os mais jovens (com 16 a 24 anos) e entre os residentes em municípios pequenos (com até 20 mil habitantes).
A pesquisa aponta que houve o descontentamento aumentou mais com relação às políticas econômicas, que tratam de inflação e desemprego. O percentual dos que desaprovam o combate à inflação apresentou aumento de 63% para 71%. Os entrevistados que desaprovam o combate ao desemprego subiu de 49% para 57%.
"Os índices [de desaprovação] de segurança pública e de saúde são ruins e isso afeta a imagem do governo. Então, não é só [a questão] econômica. Essas áreas também são de responsabilidade dos Estados e dos municípios, mas isso [a desaprovação] afeta a popularidade do governo federal", diz Renato da Fonseca, gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI.
"Um dos fatores importantes [da pesquisa] foi o crescimento da inflação, principalmente na área de alimentos. Aumento de juros foi uma reclamação que apareceu também forte na pesquisa e o próprio receio de crescimento do desemprego", afirmou Fonseca. "É a população com um pouco de temor, apesar do desemprego estar muito baixo hoje, de que com o desaquecimento da economia possa aumentar o desemprego."
O índice de desaprovação às políticas na área da saúde chega 77% dos entrevistados. Apenas 22% deles aprovam a atuação do governo na área.
Segurança pública é desaprovada por 76% das pessoas consultadas pela pesquisa. No último levantamento, o índice foi 70%. O percentual dos que aprovam as políticas do governo nesta área caiu de 27% para 22%.
Houve também aumento dos que desaprovam a atuação do governo na área da educação, de 58% para 65% dos entrevistados. Os que aprovam são 32%, contra os 39% da última pesquisa.
Segundo a pesquisa, em nenhuma das nove áreas de atuação avaliadas o percentual dos que aprovam supera o dos que desaprovam as ações do governo. São analisadas as áreas de educação, saúde, combate ao desemprego, segurança pública, combate á fome e à pobreza, meio ambiente, impostos, combate à inflação e taxa de juros.
Comparação com Lula e FHC
Na comparação com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 46% dos entrevistados consideram os dois governos iguais. Os que consideram que o governo Dilma é pior que o de Lula aumentou de 34% para 42%, e o grupo dos que afirmam que o governo da ex-ministra de Lula é melhor oscilou de 14% para 11%, com variação dentro da margem de erro.
Já em analogia ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), enquanto 36% dos entrevistas consideram ótimo ou bom o governo Dilma, no primeiro trimestre do último mandato de FHC o índice era de 22%.
A percepção da população com relação à cobertura da imprensa sobre o governo Dilma também oscilou dentro da margem de erro. O índice dos que consideram as notícias favoráveis caiu de 19% para 15%, e dos que consideram as notícias desfavoráveis cresceu de 28% para 32%.
As manifestações continuam sendo os assuntos mais lembrados pelos entrevistados. O incide variou de 24% para 21%. Destes, 5% afirmaram o assunto está relacionado aos atos de vandalismo e 4% mencionaram ação violenta da polícia.
A pesquisa foi feita antes da eclosão da série de denúncias sobre a Petrobras, que deve culminar na abertura de uma CPI no Congresso.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 141 municípios, entre os dias 14 e 17 deste mês, para este levantamento. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa foi registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) sob o número BR-00053/2014.
Fonte: Notícias UOL
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