No aniversário de 20 anos de Jurrasic Park, uma descoberta fez com que o mundo da ciência lembrasse ainda mais do filme de 1993. Isso por que foi revelado um achado surpreendente: o fóssil de um mosquito com 46 milhões de anos, sendo que o inseto se encontra com a barriga cheia de sangue.
No filme, um mosquito foi encontrado em âmbar e também com sangue, que foi de onde os cientistas extraíram o DNA para recriar os dinossauros através de clonagem. No entanto, voltando à realidade, apesar de conter sangue e vestígios de ferro em seu abdômen, os pesquisadores afirmam que é impossível extrair DNA de um fóssil tão antigo, reservando esse feito apenas para a ficção.
Características
O fóssil é de uma fêmea, sendo que os cientistas explicam que os machos não se alimentam de sangue, dizendo ainda que este foi um dos erros do filme Jurassic Park. O inseto foi encontrado no leito de um rio a noroeste de Montana, nos Estados Unidos. Porém, o mais surpreendente é que a descoberta da “fonte” do fóssil não foi feita agora e sim há três décadas.
O local rico em achados fossilizados foi descoberto por um estudante de geologia, que era um “caçador de fósseis” amador chamado Kurt Constenius. Os seus achados foram deixados de lado no porão de sua casa até que foram reconhecidos apenas recentemente pelo bioquímico Dale Greenwalt, que passou a trabalhar na coleta de fósseis para o Museu Smithsonian de História Natural.
O espécime, descrito em um artigo de Greenwalt e do entomologista Ralph Harbach no periódico PNAS, da Academia Nacional de Ciências, está preso na pedra e não em âmbar. Além disso, a idade do inseto não é suficientemente antiga para que o sangue contido no seu abdômen seja de dinossauro, para a tristeza dos fãs de Jurassic Park.
Trajetória
O espécime incrustado na pedra foi originalmente escavado em algum momento do início dos anos 80, enquanto Constenius perseguia um mestrado em Geologia pela Universidade do Arizona. Ele, na companhia de seus pais, encontrou centenas de insetos fossilizados durante um fim de semana de pesquisas na formação Kishenehn, que fica ao noroeste de Montana, perto do Parque Nacional Glacier.
Nos anos seguintes, eles simplesmente deixaram os fósseis esquecidos em caixas no porão de sua casa em Whitefish até que Greenwalt entrou na história. Ele começou um voluntariado no museu Smithsonian em 2006 , catalogando espécimes para o departamento de paleobiologia.
Em 2008, ele embarcou em seu próprio projeto de coleta de fósseis, indo para Kishenehn em cada verão, porque ele tinha lido em um livro de evolução de insetos uma pequena menção sobre as descobertas Constenius, que nunca tinha sido rigorosamente descritos na literatura científica. Nos anos seguintes, Greenwalt coletou milhares de espécimes de 14 ordens diferentes de insetos no local que é rico em xisto, que se formou no fundo de um rio durante o período Eoceno, que data de 46 milhões de anos.
"É um fantástico local de insetos fossilizados e sem dúvida um dos melhores do mundo", disse Greenwalt, observando que uma rara combinação de camadas finas de sedimentos de xisto e falta de oxigênio levaram a um "incompreensível grau de preservação”. Após algumas pesquisas, Greenwald foi conhecer Constenius e sua família, que decidiram doar a sua coleção de fósseis para o museu.
Surpresa científica
Foi quando Greenwald começou a catalogar a coleção de Constenius, que ele realmente fez a descoberta surpreendente. "De imediato, notei que era diferente", disse ele. Para investigar o fóssil, o laboratório do museu usou uma série de técnicas para analisar a amostra de perto, incluindo espectroscopia dispersiva de raios-X.
“A primeira coisa que descobrimos é que o abdômen estava repleto de ferro, que é o que você espera de encontrar no sangue”, afirmou o bioquímico. Adicionalmente, a análise revelou a presença do heme, o composto de células vermelhas que permite transportar oxigênio em todo o corpo.
Os resultados servem como prova definitiva de que o sangue foi preservado dentro do inseto. Porém, é impossível saber de que animal o mosquito sugou o sangue. Isso porque o DNA se degrada rápido demais para sobreviver por 46 milhões de anos. Uma pesquisa recente revelou que a carga genética tem uma meia-vida de cerca de 521 anos, mesmo em condições ideais.
Fonte: MegaCurioso
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