A delegação do Corinthians voltou na tarde de quinta-feira de Porto Alegre, onde perdeu por 1 a 0 para o Grêmio, em um clima tenso. A diretoria, que no momento do desembarque em Cumbica se recusava a assegurar a permanência de Tite, teve com ele uma reunião que se estendeu até a noite e acabou por anunciar que o gaúcho não sai.
“Na realidade, não tinha dúvida nenhuma. Foi uma reunião mais no intuito de achar uma solução para a gente sair da posição em que estamos na tabela. Foi mais no intuito de cobrança ao treinador e a alguns atletas que estavam aqui. Temos que mudar nossa postura”, afirmou o diretor de futebol do clube, Roberto de Andrade.
Não era bem esse o tom passado algumas horas antes por Edu Gaspar, gerente de futebol, mas o fato é que Tite está mantido. Ganhou um voto de confiança aquele que até aqui dirigiu o Corinthians em 262 partidas, ganhando uma Copa Libertadores, um Mundial e outros três títulos.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
Participaram da conversa com a diretoria os membros da comissão técnica e os jogadores Alessandro, Paulo André e Fábio Santos. Entre os dirigentes, além de Edu e Roberto, estavam Duílio Monteiro Alves, diretor adjunto de futebol, e o presidente Mário Gobbi.
O principal cartola alvinegro caminhou pensativo pelo CT até que começasse de fato a reunião. Observado por jornalistas à distância – e claramente ciente disso –, olhou bastante para o nada e conversou com assessores, passando a impressão de que refletia sobre uma decisão importante.
Terminado o encontro, afirmou não só que Tite permanece como reiterou o desejo de renovar o seu contrato. O compromisso do gaúcho com o clube do Parque São Jorge expira em 31 de dezembro, e o objetivo até lá é, além de evitar o risco de rebaixamento, conquistar a Copa do Brasil.
Tensão no aeroporto
Antes da longa reunião no CT, houve tensão no aeroporto. Havia um pequeno grupo agressivo de torcedores e um grande grupo de jornalistas à espera da delegação. Com dificuldade para caminhar até o ônibus, Tite não concedeu entrevistas e se limitou a dizer: “Não vou falar, me respeita”.
Edu Gaspar, que era o único dirigente na viagem, não garantia a permanência do técnico: “A gente vai analisar todas as situações”. Enquanto isso, os torcedores presentes cobravam vontade dos jogadores com frases como “vamos jogar bola” e “volta pro Rio, Ibson”.
Houve tensão até entre os próprios torcedores, pois um deles resolveu registrar o momento tirando uma fotografia de seu telefone celular. O mais forte do grupo reagiu. “Você tá aqui pra tirar fotinha, mano? Você tá aqui pra aparecer? A gente tá aqui pra cobrar o Coringão!”
Fonte: Gazeta Espotiva
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