A Agência Nacional de Segurança (NSA, sigla em inglês) dos EUA espionou diplomatas da França em Washington e na Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou nesta terça-feira (22) o jornal francês Le Monde.
Relatórios internos da NSA vazados pelo ex-funcionário terceirizado da agênciaEdward Snowden e obtidos pelo Le Monde através do jornalista Glenn Greenwalddetalham o uso de um sofisticado programa de vigilância, conhecido como Genie.
Espiões americanos teriam hackeado redes, introduzindo um programa no software e e firewalls de milhões de computadores estrangeiros e em embaixadas, incluindo a representação francesa wm Washington.
A reportagem sugere que em 2011, os EUA disponibilizaram US$ 625 milhões para financiar o programa. Milhões de computadores teriam sido hackeados naquele ano.
Um documento com data de 2010 sugere que dados de inteligência foram roubados da embaixada estrangeira, fazendo com que os EUA soubessem de antemão as posições de outros membros do Conselho de Segurança antes de uma votação por uma resolução impondo novas sanções ao Irã.
De acordo com a BBC, os EUA estavam preocupados que a França se posicionasse do lado do Brasil - que se opunha à implementação de sanções, quando, na verdade, eles votariam com Washington.
A agência cita a então mbaixadora americana para a ONU Susan Rice elogiando o trabalho da NSA. "Me ajudou a saber a verdade...e revelou as posições (dos outros países) sobre as sanções, permitindo que nos mantessemos a frente das negociações."
Em um encontro com o secretário de Estado dos EUA na terça-feura, o chanceler francês, Laurent Fabius, exigiu uma explicação. Se referindo a um telefonema entre os presidentes dos EUA e da França, Fabius afirmou: "Eu disse novamente a John Kerry que François Hollande disse a Barack Obama que esse tipo de espionagem em larga escala feita pelos americanos em seus aliados é algo inaceitável."
Na segunda-feira, o Le Monde publicou uma outra reportagem afirmando que aNSA coletou 70,3 milhões de registros telefônicos franceses em um período de 30 dias. A publicação disse também que quando certos números eram usados, as conversas eram automaticamente gravadas. A operação de vigilância também coletou mensagens de texto baseada em palavras-chave. O governo francês chegou a convocar o embaixador americano para dar explicações.
Com agências internacionais
Fonte: Último Segundo
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