sexta-feira, 15 de junho de 2012

EUA impedirão deportação de jovens imigrantes ilegais

O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, impedirá as deportações de alguns jovens imigrantes ilegais, afirmaram autoridades do Departamento de Segurança Interna nesta sexta-feira. A medida, anunciada em ano eleitoral, atende a uma das principais demandas do eleitorado hispânico, visto como poderosa força política no país.



A medida, que passa por cima do Congresso, libera da deportação imigrantes com menos de 30 anos que tenham entrado nos EUA antes dos 16 anos, vivam no país há pelo menos cinco anos, não tenham histórico criminal, tenham se formado no ensino médio nos EUA ou servido no Exército. 
AP
Público assiste a discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, sobre imigração em El Paso, no Texas (10/05/2011)
Se preencherem todos os requisitos, os candidatos podem tentar obter um visto de trabalho válido por dois anos e sem limites para renovação. De acordo com autoridades ouvidas pela Associated Press, até 800 mil imigrantes ilegais podem ser beneficiados pela iniciativa.
Filhos de imigrantes ilegais terão que esperar até os 16 anos para entrar com o pedido de anistia, mas autoridades disseram que crianças não serão deportadas.
O anúncio oficial deve ser feito pela secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano, ainda nesta sexta-feira, uma semana antes de Obama fazer um discurso em uma conferência da Associação Nacional de Autoridades Latinas Eleitas e Nomeadas, que acontece em Orlando, na Flórida. Seu rival nas eleições, o republicano Mitt Romney, participará do mesmo evento um dia antes.
O plano atinge parte dos objetivos do chamadoDream Act, um projeto de lei que busca dar cidadania a jovens que entraram nos EUA ilegalmente mas estudaram em universidades ou serviram no Exército.
De acordo com as autoridades ouvidas pela AP, a medida não dará cidadania aos jovens imigrantes, mas eliminará a ameaça de deportação e permitirá o trabalho legal no país, dando-lhes a oportunidade de ficar nos EUA por longos períodos. “Muitos desses jovens contribuíram para o nosso país de modo significativo”, escreveu Janet Napolitano em um memorando que detalha a medida, obtido pela AP.
O voto hispânico pode ser crucial em Estados como Colorado, Nevada e Flórida. Embora Obama tenha o apoio da maior parte do eleitorado latino (61% contra 27% de Romney, segundo pesquisa do mês passado), o entusiasmo em relação ao presidente caiu desde a última eleição por causa da lenta recuperação econômica, sua incapacidade de conseguir apoio do Congresso para uma ampla reforma migratória e sua dura política de deportações – que atingiram níveis recordes nos últimos anos.
A medida promete provocar críticas de republicanos que querem reforçar a segurança na fronteira antes de mudar a lei imigratória. Romney se opõe a legalizar imigrantes ilegais que sejam estudantes, mas é favor de beneficiar os que busquem carreira militar.
Com AP

0 comentários:

Postar um comentário