quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Congresso argentino aprova acordo com Irã para investigar ataque à Amia


O Congresso argentino aprovou na madrugada desta quinta-feira um acordo com o Irã para investigar o atentado de 1994 contra uma entidade judaica de Buenos Aires. O acordo foi alcançado após anos em que a Justiça argentina aponta responsabilidade iraniana na explosão de um caminhão-bomba em frente à sede da Associação Mutual Argentina-Israelense (Amia), mas o Irã sempre negou envolvimento.

AP
Pessoas em Buenos Aires se reúnem em frente do Congresso da Argentina para protestar contra acordo entre o país e o Irã sobre o ataque à Amia (27/02)


Líderes judeus dizem que a criação de uma "comissão da verdade" para esse caso prejudica a atual investigação judicial sobre o atentado, que deixou 85 mortos. Mas a presidente argentina, Cristina Kirchner, diz que a medida pode lançar uma nova luz sobre o ataque após anos de impasse.

"Esse memorando representa uma decisão ousada, uma brava decisão que abre um possível caminho rumo à verdade", disse a deputada governista Mara Brawer durante o acalorado debate de 12 horas, enquanto ativistas judeus protestavam em frente ao Congresso.

A oposição questionou os motivos do governo argentino para aprovar o acordo - alguns apontaram interesses comerciais, como a compra de petróleo e a venda de grãos. O acordo foi aprovado com 131 votos favoráveis e 113 contrários.

O texto prevê a criação de uma comissão com cinco juristas estrangeiros e estipula que autoridades judiciárias argentinas viajem a Teerã para interrogar pessoas que tiveram prisão decretada pela Interpol - grupo que inclui o ministro iraniano da Defesa, Ahmad Vahidi.

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