Tite saiu do vestiário do Corinthians em La Bombonera “pilhado”, como costuma dizer, e concedeu duas entrevistas após a derrota por 1 a 0 para o Boca Juniors. Tanto no papo com os repórteres brasileiros quanto nas respostas aos jornalistas argentinos, mostrou ferido um orgulho de “campeão mundial”.
A expressão foi usada mais de uma vez pelo treinador. Ele se irritou quando questionado se os seus atletas sentiram a Bombonera, discordou da superioridade apontada na direção dos donos da casa e gostou menos ainda quando recordaram que Carlos Bianchi nunca foi eliminado por um brasileiro na Copa Libertadores.
“O Bianchi é uma referência. Não estou falando porque sou o último campeão, não vou deixar de considerar a história, mas um dia o Bianchi também não foi campeão mundial. Assim como um dia eu não tinha perdido para um argentino”, afirmou o gaúcho, querendo a quebra de mais uma escrita.
“É um desafio meu, profissional, (derrubar) uma lenda, que ainda não perdeu. O Boca também não tinha perdido”, disse Tite, franzindo a sobrancelha para lembrar que o Corinthians findou uma série de resultados negativos dos brasileiros diante do time azul e amarelo na última decisão da principal competição sul-americana.
Percebendo que o estado de ânimo mais exaltado o levava para longe de seu tom politicamente correto habitual, o comandante do Timão fez um adendo mais próximo de seus padrões. “Não é ironia. É reconhecimento e respeito profissional.”
Tite tem duas semanas para transformar essa pilha em trabalho, algo que ele tem feito de maneira excepcional nos últimos anos. Superado na Bombonera por Bianchi – que montou um meio-campo mais veloz do que o esperado pelo rival –, o gaúcho pode no Pacaembu fazer parecer uma recordação distante o tempo áureo do treinador argentino. E dar mais um passo decisivo na construção do próprio nome como um dos grandes técnicos da atualidade.
Fonte: Gazeta Esportiva
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