Temores de que a Al-Qaeda pudesse lançar um ataque fizeram os EUA fecharem 22 embaixadas e consulados neste domingo no mundo muçulmano, em uma medida sem precedentes. A ameaça também fez o Departamento de Estado emitir um alerta de viagens informando os americanos de que a rede terrorista pode estar planejando ataques neste mês, especialmente no Oriente Médio e norte da África.
Segundo o senador Saxby Chambliss, o republicano mais graduado na Comissão de Inteligência do Senado, a ameaça terrorista é a mais grave contra o país em anos, e a comunicação entre os suspeitos de terrorismo relembra o período que precedeu aos ataques do 11 de Setembro de 2001.
Por causa do potencial risco de ameaça, os principais conselheiros de Segurança Nacional do presidente dos EUA, Barack Obama, reuniram-se na Casa Branca no sábado, enquanto a Interpol alertou que a Al-Qaeda teve envolvimento com fugas prisionais que permitiram a centenas de terroristas e outros criminosos escapar recentemente.
O senador Chambliss disse que as comunicações monitoradas eletronicamente entre os suspeitos de terrorismo sobre o planejamento de um possível ataque "lembram muito do que vimos antes do 11 de Setembro". "Há uma enorme quantidade de conversas lá fora", disse ao programa da NBC "Meet the Press".
A ameaça também levou alguns países europeus a fechar suas embaixadas no Iêmen, onde um braço da Al-Qaeda se baseia . "Essa é a mais séria ameaça que eu vi nos últimos anos", disse Chambliss.
Uma autoridade do serviço de inteligência dos EUA disse à Reuters que houve discordância dentro da comunidade de inteligência sobre se o alvo em potencial seria o Iêmen ou a região de forma mais ampla, razão pela qual o alerta do Departamento de Estado descreveu que um ataque "pode acontecer na Península Arábica ou a partir dela".
A informação sobre a ameaça também vem às vésperas da celebração do Eid no final do mês sagrado muçulmano do Ramadã, no final desta semana, e pouco mais de um mês antes do aniversário do 11 de Setembro.
Alerta da Interpol
No alerta que emitiu no sábado, a Interpol aconselhou seus membros a aumentar a vigilância contra ataques após uma série de fugas de prisões no Iraque, na Líbia e no Paquistão que a agência investiga para determinar se têm relação entre si.
A sede da Interpol na França disse que, uma vez que a Al-Qaeda é suspeita de estar envolvido em alguns dos incidentes, pediu aos seus 190 países membros que atentem para as informações relacionadas a fugas de prisões, com o objetivo de determinar se elas foram coordenadas e também localizar os fugitivos.
O Reino Unido anunciou o fechamento de sua embaixada no Iêmen no domingo e na segunda-feira, enquanto a França no domingo. "Estamos particularmente preocupados com a situação de segurança nos últimos dias do Ramadã", disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
Houve fugas de prisões no Paquistão em 31 de julho em uma operação liderada pelo Taleban e no Iraque, na prisão de Abu Ghraib, durante a noite de 22 de julho. Cerca de 500 presos, entre eles altos membros da Al-Qaeda, escaparam de Abu Ghraib . Mais de 1,1 mil presos fugiram de uma prisão nos arredores de Benghazi em 27 de julho.
*Com Reuters
Fonte: Último Segundo
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