O bairro mais caro da cidade mais cara para se morar no Brasil ficou – acredite – mais caro. O preço médio do metro quadrado no Leblon, famoso bairro carioca, chegou a R$ 21,7 mil em maio, alta de 1,66% em relação a abril, como mostram os dados do FipeZap divulgados nesta quarta-feira (05).
A área de um metro quadrado equivale ao espaço ocupado por uma boa casinha de cachorro. Ou seja, quem quiser comprar um imóvel no famoso bairro vai ter de desembolsar quase R$ 22 mil para deixar o pet (de médio porte) bem instalado na área de serviço.
No Rio de Janeiro todo, o preço médio atingiu R$ 9,16 mil, valorização de 1,2% sobre o mês anterior. O FipeZap é um índice calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que monitora 150 mil anúncios do portal Zap Imóveis.
Nos cinco primeiros meses de 2013, os imóveis no Rio de Janeiro já acumulam valorização de 6,2%, segundo o FipeZap. Além do Leblon, os outros bairros mais caros da cidade são Ipanema (média de R$ 18,1 mil o metro quadrado), Gávea (R$ 15,5 mil), Lagoa (R$ 15,4 mil) e Jardim Botânico (R$ 14,4 mil). O mais barato é a Pavuna, onde o metro quadrado médio custa R$ 1,9 mil.
"O Leblon é um bairro pequeno e no qual não existe área para se construir novos empreendimentos", explica Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice FipeZap. "É claro que não reflete a realidade do mercado imobiliário brasileiro como um todo, mas serve para mostrar que, além de bolsões de pobreza, o Brasil tem também bolsões de exuberância e riqueza", diz.
Tendência nacional
Após picos de alta em 2010 e 2011, os imóveis das principais regiões metropolitanas brasileiras, ainda que em ritmo mais ameno, seguiram se valorizando (veja no gráfico abaixo). No ano passado, segundo o FipeZap, o preço médio do metro quadrado no País subiu 14%, bem acima da inflação, que foi de 5,84%, mas cerca de metade da alta do ano anterior, de 26,3%.
Os dados do índice são bastante próximos do Knight Frank Global House Price Index, que monitora preços em 55 países e apontou alta de 13,7% nos imóveis brasileiros em 2012 – o País só ficou atrás de Dubai e Hong Kong na pesquisa.
Para o pesquisador, a alta dos últimos anos no preço dos imóveis brasileiros pode ser explicada por três fatores: expansão demográfica, com 1,5 milhões de novas famílias formadas a cada ano, mercado de trabalho aquecido e maior acesso ao crédito. "A questão demográfica deve durar bastante tempo, o mecado de trabalho ainda mostra algum vigor e a situação de crédito é de conforto, portanto a demanda por imóveis deve continuar sustentada", explica Zylberstajn.
Outras cidades
Em São Paulo, a valorização do preço do imóvel em maio foi de 1%, fazendo com que a alta acumulada no ano chegue a 4,8%. A subida mensal foi de 0,4% em Salvador e Porto Alegre, que tiveram elevação de 3,5% e 5,1% nos primeiros cinco meses de 2013, respectivamente.
A maior elevação de preços em maio foi sentida em Curitiba, onde as casas e apartamentos ficaram 3,3% mais caras no mês – no ano, a alta na cidade chega a 10,1%. "No final do ano passado, houve uma queda nos preços, então parte disso pode ser uma recuperação", diz Zylberstajn.
Apenas duas cidades tiveram recuo de preços no mês passado, Florianópolis e Belo Horizonte. Na capital catarinense, a queda foi de 0,2%, mas no acumulado do ano houve valorização imobiliária de 6,6%. A situação é parecida na capital mineira, onde os preços caíram 0,1% em maio, mas registram alta de 4,7% ao longo do ano.
Fonte: Último Segundo
0 comentários:
Postar um comentário