sexta-feira, 7 de junho de 2013

“Continuaremos até a tarifa cair”, diz manifestante que hoje volta às ruas de SP

Depois da manifestação de ontem que terminou em confronto entre estudantes e a Polícia Militar , o movimento Passe Livre São Paulo organiza um novo protesto para a tarde desta sexta-feira (7) contra o aumento da passagem de ônibus. 



Marcado para as 17h no Largo da Batata, na zona Oeste, os paulistanos esperam que aconteça na capital o mesmo que em outras cidades do Brasil: a redução da tarifa.

Membro do Movimento Passe Livre, o estudante Caio Martins Ferreira (19) acredita que o protesto de hoje receberá menos pessoas do que ontem, o que deve evitar a ocorrência de novos confrontos. “Hoje vai ser diferente porque a passeata de ontem foi divulgada durante um mês. A de hoje está sendo feita em menos de um dia. O número de pessoas será menor.”
De acordo com ele, a nova manifestação foi convocada como forma de mandar um recado ao poder público: “O intuito hoje é deixar claro que a luta não vai parar. Nós vamos continuar na rua até a tarifa cair”.

O encontro de hoje também vai servir para divulgar “o segundo grande ato, tão grande quanto o de ontem”: “Será na próxima terça-feira (11) na Praça do Ciclista, no encontro entre as avenidas Paulista e Consolação”.

Um dia antes será a vez de o Rio de Janeiro sair às ruas contra o reajuste da passagem, que pulou de R$ 2,75 para R$ 2,95. Os cariocas vão se reunir às 16h30 na Cinelândia na segunda-feira (10).

Ontem, quatro grandes cidades brasileiras saíram às ruas contra o reajuste: São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Natal. Assim como em São Paulo, todas terminaram em confronto com a PM.

Em Goiânia, onde a passagem mudou de R$ 2,75 para R$ 3, o retrovisor de uma viatura terminou estilhaçado, provocando reação da PM. No Rio, duas pessoas contrárias ao reajuste de R$ 2,75 para R$ 2,95 ficaram feridas por balas de borracha disparadas pelo Batalhão de Choque.

Reduções

Em Natal, a BR-101 foi bloqueada com pneus e lixo, embora tenha havido redução da tarifa. O valor saltou de R$ 2,20 para R$ 2,40, mas a isenção de impostos anunciada recentemente pelo governo federal reduziu a passagem em 10 centavos – valor considerado insuficiente pelos estudantes, que querem a redução de mais 10 centavos.

O fenômeno não é novo. Outras três cidades já viram suas tarifas diminuírem recentemente. Em Porto Alegre, depois de uma série de mobilizações que terminaram com ônibus depredados, uma decisão judicial suspendeu o reajuste em vigor desde o dia 25 de março. No dia 4 de abril, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) anunciou a mudança de R$ 3,05 para R$ 2,85.

Em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, a prefeitura atendeu ao apelo das manifestações que tomaram as ruas da cidade em janeiro deste ano: a passagem, que passou a custar R$ 3,30 em dezembro de 2012, voltou a valer R$ 3,00.

Outro caso conhecido aconteceu em Teresinha, no Piauí, quando o reajuste foi suspenso depois de cinco dias de protestos e 30 ônibus destruídos em 2011. Na época, os munícipes voltaram a pagar R$ 1,90 para andar de coletivo depois que a prefeitura revogou o valor de R$ 2,10.

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