O prefeito Fernando Haddad disse continuará negociando e negou qualquer ação imediata, como baixar o reajuste de R$ 0,20 na tarifa de ônibus, para interromper as manifestações organizadas pelo Movimento Passe Livre (MPL).
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (19) na sede da Prefeitura de São Paulo, alvo de atos dev andalismo na noite de ontem, durante a sexta manifestação contra o aumento na tarifa , o prefeito voltou a defender o reajuste como o mais coerente por ter ocorrido abaixo da inflação e disse concordar com a ação da Polícia Militar (PM) na noite de ontem. A PM foi criticada por manifestantes por demorar a agir e só aparecer após cerca de uma hora depois de chamada para conter o quebra-quebra no centro, onde aconteceu a queima de um carro da Rede Record .
"O que aconteceu aqui foi uma atrocidade contra a cidade, contra o Theatro Municipal, contra a Prefeitura. O prédio da Prefeitura é do povo", criticou Haddad, que entendeu que os atos de vandalismo são ações de uma minoria que tenta "interditar" o diálogo estabelecido entre o executivo e o MPL.
"Existe uma preocupação da polícia em só agir em último caso", disse o prefeito. "Desde o primeiro momento eu tenho muita confiança no secretário (de Segurança do Estado) Fernando Grella."
O prefeito disse ainda que, com a aprovação do Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros (Reitup), ainda em fase de discussão no Congresso, seria possível reduzir a tarifa em 7%, a partir de mais desonerações.
Conselho Político
Antes da entrevista coletiva o prefeito se reuniu com um "conselho político" que está ajudando a lidar com a pressão dos protestos e disse ter conversado com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a situação da cidade. Ontem, o prefeito se reuniu com a presidente Dilma Rousseff e conversou por telefone com o ministro da Fazenda Guido Mantega sobre um "avanço" nas políticas de desoneração do setor de transporte público e sobre verbas para construção de corresores de ônibus na capital.
O prefeito atribuiu à falta de investimento das gestões anteriores à dificuldade das empresas de ônibus em manter sua margem de lucro com o preço anterior. Ele também criticou a pressão que tem sofrido para baixar a tarifa imediatamente e chamou de "contradição" o MPL ser contra o bilhete único mensal, sua proposta de campanha que está em fase de implantação.
"A prefeitura segurou o aumento até a desoneração federal (do PIS/Cofins). Nós já estamos colocando R$ 600 milhões de subsídios para manter nesse patamar (de R$ 3,20). Qualquer valor além disso significa um prejuízo para outras áreas do governo", disse o prefeito.
Decisão até sexta
Nesta terça-feira, dois Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL) disseram ao iG esperam a revogação do aumento da tarifa de ônibus em São Paulo no máximo até o final da semana . Hoje, o prefeito afirmou que dará uma resposta ao MPL sobre a tarifa até sexta-feira.
Fonte: Último Segundo
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