quinta-feira, 18 de abril de 2013

Com segurança reforçada, Reino Unido se despede de Margaret Thatcher


O Reino Unido montou um rígido esquema de segurança para o funeral da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher nesta quarta-feira (17), com a presença de 4 mil policiais. O forte policiamento visa impedir manifestações que possam interromper o cortejo do caixão, que partirá de uma cripta medieval no Palácio de Westminster até a Catedral de Saint Paul.

A rainha Elizabeth 2ª esteve entre os mais de 2 mil que assistiram à cerimônia na igreja, incluindo representantes de 170 países. Outras milhares acompanharam o cortejo do caixão pelo centro da cidade. 
AP
Caixão de Margaret Thatcher é carregado antes da cerimônia fúnebre
Thatcher, que morreu aos 87 anos no último dia 8 de abril , foi a primeira e única mulher a exercer o cargo de premiê na história da Grã-Bretanha. Ela esteve no poder por 11 anos, entre 1979 e 1990.
Um número pequeno de manifestantes virou as costas e vaiou durante a passagem do caixão, como forma de desagravo à polêmica premiê, uma personalidade política que até hoje, há mais de 13 anos de sua saída do poder, divide o país por ações de seu governo. Entre as mais controversas estão o fechamento de minas de carvão e a Guerra das Malvinas (1982).
Convidados dentro da catedral incluiam colegas e rivais políticos de Thatcher e seus sucessores como premiês - John Major (1990-1997), Tony Blair (1997-2007), Gordon Brown (2007-2010) e David Cameron (desde 2010).
O ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger e o ex-vice-presidente do país Dick Cheney  estavam entre os representantes dos EUA, enquanto personalidades da era Thathcer incluíam F.W. de Klerk, o último líder do apartheid na África do Sul; o ex-presidente polonês Lech Walesa; o ex-premiê canadense Brian Mulroney e celebridades como Joan Collins, Shirley Bassey e Andrew Lloyd Webber. 
A neta da ex-premiê de 19 anos, Amanda Thatcher, leu uma passagem de Efésios: "Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça."
O decano da catedral, David Ison, relembrou "sua coragem, sua firmeza e sua determinação para realizar o que acreditava ser o certo para o bem comum". Depois, os presentes se reuniram em torno do caixão e aplaudiram. O corpo de Margaret Thatcher será cremado.
Antes da missa, o caixão da ex-primeira-ministra foi levado do Parlamento à Igreja de Saint Clement Danes, para orações. De lá o caixão, coberto com a bandeira do Reino Unido, foi levado em uma carreta puxada por seis cavalos pretos até a catedral. 
Seu funeral contou com honras militares, mas não foi um funeral de Estado. A cerimônia teve o mesmo status do funeral de Lady Diana Spencer, a princesa Diana, em 1997. Isso provocou a indignação de muitos britânicos, que acreditam que seu legado é uma sociedade economicamente dividida.
"Como qualquer outra pessoa, ela merece um funeral decente, mas não às custas do contribuinte", disse a manifestante Patricia Welsh, 69 anos. O atual primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que a cerimônia era um "tributo adequado a uma grande primeira-ministra respeitada no mundo inteiro".

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