
Filho de italianos, Pietro Guagliardi e Saveria Novelli, teve três irmãos. Dois nascidos na Itália, uma nascida no Rio de Janeiro.
Dois meses depois de seu nascimento, a família mudou-se para São Paulo e logo após ao Rio de Janeiro.
Aos oito anos de idade, com o falecimento de sua mãe, o menino passa a viver com um parente no bairro do Estácio e aprende o ofício de alfaiate. Aos quinze anos torna-se já um oficial, apesar de não gostar do ofício. Chega até a abandonar os estudos (completou o primário) para dedicar-se à profissão.
Passou por várias alfaiatarias e numa delas trabalhou com o barítono Salvador Grimaldi, com quem costumava ensaiar duetos de ópera.
Apesar de em casa e para amigos cantarolar cançonetas italianas e árias de ópera, sua carreira iniciou em uma festa na casa de um irmão, onde encontravam-se presentes personalidades como Mário Reis, Francisco Alves, Lamartine Babo, Jonjoca e, ali, cantou para os convidados Deusa,de Freire Junior, canção do repertório de Francisco Alves. Aprovando-o, aconselharam-no a tentar o rádio. Foi então apresentado ao compositor Bororó e através deste conseguiu uma oportunidade na Rádio Educadora do Brasil onde cantou "Destino", de Nonô e Luís Iglesias. No dia seguinte foi procurado e convidado a fazer um teste na RCA Victor. Aprovado, passa a fazer parte do coro que acompanhava as gravações da gravadora.
Seu primeiro disco solo é lançado em 1933, com os frevos Você não gosta de mim, dos Irmãos Valença e Que é que há, de Nélson Ferreira.
Conhecendo o compositor Assis Valente, gravou muitas canções suas tais como Para onde irá o Brasil, É duro de se crer, Elogio da raça (em dueto com Carmen Miranda), Pra quem sabe dar valor e Boas festas, esta última seu primeiro grande sucesso.
Passou cantando por várias emissoras de rádio do Rio de Janeiro, tais como: Mayrink Veiga, Rádio Clube, Philips, Sociedade, Cruzeiro, Cajuti, Tupi, Nacional e Mundial.
Em 1935, estréia como cantor romântico com a valsa-canção Cortina de Veludo, de Paulo Barbosa e Oswaldo Santiago e obtém grande sucesso.
Em sua carreira além de na RCA Victor, gravou também na Columbia, Odeon e Continental. Foi o segundo cantor que mais gravou no Brasil, cerca de 570 músicas (só perdeu para Francisco Alves).
Além das canções carnavalescas, Galhardo foi quem mais cantou temas de datas festivas, a exemplo: Boas festas, Boneca de Papai Noel (Ari Machado) e Lá no céu (Silvino Neto), Não mudou o Natal (Alcyr Pires Vermelho e Oswaldo Santiago) para o Natal; Bodas de prata (Mário Rossi e Roberto Martins) para a celebração de mesmo nome, Mãezinha querida (Getúlio Macedo e Lourival Faissal), Imagem de mãe (Othon Russo e José Nunes), Dia das mães (José Cenília e Lourival Faissal), Aniversário de mãezinha (Mário Biscardi e Newton Teixeira) e Mamãezinha (José Selma, Lourival Faissal e Maurício das Neves) para o Dia das Mães; Papai do meu coração (Lindolfo Gaya e Osvaldo dos Santos) para o Dia dos Pais; Tempo de criança (Ari Monteiro e Osvaldinho) para o Dia das Crianças; Subindo, vai subindo (Osvaldo e Valfrido Siva), Olha lá um balão (Roberto Martins e Wilson Batista), Balão do amor (Armando Nunes e Geraldo Serafim) para as festas juninas; Valsa dos noivos (Sivan Castelo Neto e José Roberto Medeiros), Para os noivos, Brinde aos noivos, Valsa dos padrinhos para noivos, Valsa dos namorados (Silvino Neto) para o Dia dos Namorados; Quarto centenário (J. M. Alves e Mário Zan) para o aniversário de São Paulo; Dentro da lua e 23 de abril (ambas de Ari Monteiro e Roberto Martins) para o dia de São Jorge; e a Canção do trabalhador (Ari Kerner) para o Dia do Trabalhador.
Em 1945, grava juntamente com Dalva de Oliveira e Os Trovadores, a adaptação de João de Barro para a história infantil Branca de Neve e os sete anões, com canções de Radamés Gnattali.
Em 1952, passa um ano apresentando-se em Portugal.
Em 1953 a Revista do Disco deu-lhe o slogan "Rei do disco". Também ficou conhecido como "O rei da valsa", título dado pelo apresentador Blota Júnior e "O cantor que dispensa adjetivos".
Daí pra frente começou a apresentar-se por todo o Brasil, inclusive através da televisão.
Em 1983, fez a sua última apresentação no espetáculo Allah-lá-ô, de Ricardo Cravo Albin, dedicado ao compositor Antônio Nássara, realizado na Sala Funarte - Sidney Miller.
Carlos Galhardo faleceu com 72 anos e foi sepultado no Cemitério de São João Batista.
Ao lado de Francisco Alves, Orlando Silva, Vicente Celestino e Sílvio Caldas, formou o quadro dos grandes cantores da era do rádio.
Fonte: Wikipédia
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